MOCOCA, MG
Por Paulo Nunes
Mococa é uma das mais belas cidades de Minas que se localizam no Estado de São Paulo. Que é mineira, ninguém duvide. Tive sinais disso muito antes de conhecê-la e amá-la. Vinha do sul do Estado de SP e de repente, sem nem ter mesmo consciência disso, algo em mim ia percebendo que eu voltava para casa, quero dizer, a paisagem ia se “amineirando”, cupins resolvendo aparecer nos pastos (coisa que eu não tinha visto ainda em São Paulo), uns cavalinhos magros, umas curvas barrocas na estrada, um jeito específico do povo usar chapéu ou mesmo de não usá-lo, nem sei… Talvez o comportamento diferente dos passarins, que já não eram mais passarinhOs… Sei lá o quê, mas ia sentindo isso. E no horizonte havia montanhas, que se aproximavam.
Então, aconteceu de o motorista do nosso carro errar o caminho, segundo ele por falta de sinalização na estrada (êpa, esta história eu conheço!). Isso, para o pessoal da produção do Circuito, foi se não a morte, algo como um ataque de “angina pectoris” no meio de um recital. Para mim, que sou poeta e… mineiro, foi até meio divertido. E erramos feio: pega daqui, pega de lá, pegamos até uma estrada de terra (saudável prova de que o Estado de SP não está inteiramente “pronto”), com arbustos poeirentos, cruz na beira da estrada, parada em boteco de arraial e tudo. Neste tudo não se inclua os insistentes latões de 50 litros de leite das estradazinhas mineiras, pois isso denunciaria a presença de um eficiente contra-regra e a certeza de estar filmando em terras paulistas. O fato é que nos perdemos, e Mococa ganhou com isso: ficou mais atraente, mais misteriosa… Um verdadeiro destino, não uma viagenzinha qualquer, daquelas feitas por representante comercial, que solta o corpo e este segue sozinho, burro velho acostumado. Não: Mococa era pra valer, e requeria vencer duras provas para se chegar lá.
E vencemos. Vencidas as terras vermelhas, cafezais sem fim e cerrados claudicantes que a cercam, Mococa enfim apareceu e nosso encontro foi feliz como um surpreendente reencontro. A cidade é linda, é mesmo uma “joinha”, como se fala lá em Minas: um anfiteatro de montanhas com altos degraus da arte do nosso país, ou algo quase isso, como disse o Oswald de Andrade sobre outra cidade mineira. Logo observei que, mais do que em qualquer outro lugar de São Paulo em que já havia estado, as pessoas aqui reparavam, com o rabo dos olhos, quando eu tirava meu caderninho azul e minha caneta para tomar alguma nota (ou mesmo quando eu ficava apenas reparando, claro, também com o rabo do olho, e escrevendo mentalmente). Mas depois, no decorrer do dia, eu e Mococa fomos só aperto de mãos e conversa de compadres. Gente que de repente se descobre primos, coisa de mineiros.
Senão, vejamos. Fiquei logo sabendo que os fundadores desta cidade foram “entrantes” mineiros. Ora, vim para pegar de volta a minha parte! E perdoem desde logo minha indiscrição: entrante parece ser palavra chique, da polida época cafeeira, para dizer “entrão”, invento verbal mineiro que define um sujeito safado, diga-se, que, por exemplo, mexe, sem autorização, na geladeira da nossa casa, quando em visita. Estes entrões vieram, pois, do sul de Minas, queimaram a mata aqui, fizeram suas casas, com galinheiro e tudo, depois foram recebendo outros mineiros, tantos que nem os imigrantes italianos (que não eram entrões, mas convidados) conseguiram expulsar e então… Pronto, Mococa ficou sendo uma cidade mineira – devolvam o que é meu.
Portanto, não me peça para ir a Arceburgo, mesmo sendo apenas 14 km daqui, divisa adentro, pois, Mococa, você já é mineira no semblante e na cor, e os seus filhos falam mineiramente, este povo brejeiro e bíblico, fugido a pé não de Sodoma ou Gomorra, mas de um incêndio em Aiuruoca ou em Nepomuceno. Suas filhas em especial, Mococa, são morenas falando daquele jeitim, ai. E quer outra prova? Comi um pedaço de queijo, e era bom, e umas broas de fubá, excelentes, coisa que nunca topei em vinte anos de comilança em São Paulo. E tudo muito barato. Uai, conclusão lógica, estava em Minas.
Salve, pois, Mococa, “TERRA MEA PAULISTA GENEROSA”! Mea paulista.. e mea mineira.
http://circuitosescdeartes.com.br/2010/blog/page/14/
Mococa, centro de um destino turístico surpreendente...ainda respira a atmosfera do Café com Leite notadamente no seu centro histórico.Cidade meio paulista, meio mineira, traz para voçê o aconhego e hospitalidade.Roteiro Café com Leite Tradição, uma viagem no tempo, visitando fazendas históricas...Roteiro Café com Leite Natureza, venha vivenciar experiências em pleno contato com a natureza...Venha participar...Informações Prefeitura Municipal de Mococa: (19) 3666-5553 / 9153-1268.
SEMEAR 2011

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
STAND CIRCUITO CAFE COM LEITE
COM A EMÍLIA DE TAUBATÉ
SALÃO ROTEIROS DO BRASIL
ESTANISLAU E PROFESSOR CRISTIANO
Salão Roteiros do Brasil
Casa dos Dois Cachorros
Mococa - SP
Cachaça Aspase
Informações (19) 3656-1738
REPLANTING A RAINFOREST

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